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Título: Eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião
Autor: Vinícius Mahier
Lançamento: Junho/2021
Formato: 14x21 cm
Páginas: 108
ISBN: 978-65-88750-14-8
Sobre o livro:
Há livros que nos pedem algum tipo de movimento, e outros que são não somente o próprio movimento em si, mas performam, em suas páginas, aquilo para que nos convida. Eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião, livro de estreia do poeta Vinícius Mahier, consegue unir essas duas dimensões ao se apresentar como uma viagem (no amplo sentido do termo) e também como uma catástrofe. O que vemos nesse livro é um elogio à fratura, àquela violenta operada na linguagem, e também à dos próprios gêneros literários, que se apresentam aos leitores ora como uma peça lírica e poética, ora como uma narrativa complexa e intrincada, mas, na maioria das vezes, como uma dramaturgia em várias camadas.
Tateando por referências diversas do meio literário, musical e também da nossa mídia pop televisiva, o que temos nesse volume é uma canção desesperada, e uma carta de navegação dividida em três partes: “Penúltimo ato / I stop”, que mapeia as instabilidades da queda; “Penúltimo ato / somewhere”, em que o baque se anuncia nos poemas despedaçados; e “Penúltimo ato / waiting for you”, que acena à alegria e aos seus desencontros. Confusão, catástrofe, tragédia, desastre: não há palavra que disfarce um livro de amor.
Como no famoso poema de Jorge de Lima, “O grande desastre aéreo de ontem”, a imagem do avião em pedaços e as figuras das pessoas que se desprendem dele, com suas particularidades espetaculares, criam o clima ao mesmo tempo óbvio e paradoxal da obra. Mahier parte do nosso sentimento comum da tragédia para desenhar sentimentos e situações que, por mais absurdas que pareçam à primeira leitura, são potentes justamente por serem demasiadamente humanas e brutais.
Senhoras e senhores passageiros, eu confundi um vaga-lume com um acidente de avião. Tenham todos um bom final.
Sobre o autor:
Vinícius Mahier nasceu em 1994, em Campo Belo (MG) e mora há oito anos em São João del-Rei. Possui graduação em Letras e em Teatro pela UFSJ e é mestre em Estudos Literários pela mesma universidade. Faz doutorado pela UFJF e defende, na pesquisa, a irreverência como uma das linhas de força da poesia contemporânea brasileira. Nunca andou de avião.