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Coleção La Corte - Vol. 6
Título: As fugitivas
Autora: Carmen Gallo
Tradutora: Patrícia Peterle
Formato: 13 x 18 cm
Páginas: 36
ISBN: 978-65-88750-48-3
Sobre o livro:
Tem razão Andrea Cortellessa ao afirmar que a dimensão do ritual e a obsessão visual perfilam a poesia de Carmen Gallo. A poesia é uma abertura para o diálogo, aberto ao impossível e até ao impossível, pois os interlocutores não são totalmente fixos. Estranheza e obsessão do outro que habita o “eu” e o outro entendido também como o próprio semelhante são elementos fundamentais neste laboratório escritural.
Medo: a escrita da poesia como forma de ler, contar e falar das próprias aflições. Não há nenhuma vontade de apagamento ou redenção, o encontro com a Medusa, aqui, é inevitável.
Simultaneidades: gesto operado por Camen Gallo, inclusive no jogo que se tem com os pronomes e a própria enunciação, marcados por um olhar obcecado e vertiginoso, atraído pelo movimento que está em seu próprio princípio.
Em As fugitivas, definido pela autora como uma biografia por lugares reais, as vozes parecem nascer de um silêncio profundo, frágil e móvel e intersticial: “quem busca e quem se esconde/ possuem o mesmo rosto”. O jogo já aparece no primeiro poema. Trata-se do jogo grego efedrismo, recuperado em uma teca do Museu de Taranto. Dois participantes se desafiam e devem acertar uma pedra-limite. Quem perde tem de procurá-la com os olhos vendados, levando o outro nas costas: “quem ganha/ cega a outra, afunda os joelhos / em suas costas. Quem perde carrega o peso./ Quem perde corre persegue a pedra”. Os versos tecem uma trama de fuga, ameaça, ajuda, socorro e desejo de contato, que também passa a pertencer a uma zona cinzenta, mortos e vivos, história interna e história externa, marcada pela justaposição e cruzamento de tempos. Verso, performance, voz teatral, fragmentos em prosa, momentos diferentes de uma vida se misturam nessa espécie de “caderno poético”.
Carmen Gallo é uma poeta extremamente refinada, expõe a condição de sujeito-refém, de sujeito intersticial, em que às vezes é difícil identificar quem hospedada e quem é o hóspede.
— Patrícia Peterle
Sobre a autora:
Carmen Gallo nasceu em Nápoles em 1983. Publicou Paura degli occhi (L’Arcolaio 2014), finalista dos prêmios Montano e Russo-Mazzacurati, Appartamenti o stanze (D’IF 2017), com o qual recebeu o Prêmio Castello di Villalta, Le fuggitive (Aragno 2020), ganhador do prestigioso Prêmio Napoli em 2021. Em 2019, foi incluída no XIV Quaderno di poesia contemporanea (Marcos y Marcos), organizado pelo poeta Franco Buffoni e seus poemas já estão traduzidos em antologias de língua alemã. Emily Dickinson, Amelia Rosselli, Antonella Anedda, John Donne, Paul Celan, Samuel Beckett, Milo de Angelis são alguns nomes importantes para seu percurso literário. Com sua escrita poética incisiva, seu refinado verso seco se coloca como uma das vozes mais significativas de sua geração.